
Ano 6 | nº 1325| 22 de setembro de 2020
NOTÍCIAS
Boi gordo: mercado calmo no início da semana
Em São Paulo, o preço da arroba do boi gordo ficou estável na última segunda-feira (21/9) na comparação diária, mas o mercado está firme
Segundo levantamento da Scot Consultoria, nas praças paulistas, o boi gordo ficou cotado, à vista, em R$250,00/@, preço bruto, R$249,50/@, sem o Senar, e em R$246,50/@, descontado o Senar e o Funrural. Praticamente a mesma cotação das boiadas destinadas à exportação, que chegaram a ser negociadas por R$252,00/@, preço bruto e a prazo. Em Alagoas, com a oferta reduzida, os preços subiram R$2,00/@ na comparação com sexta-feira (18/9) e o boi gordo ficou cotado em R$260,00/@, preço bruto e à prazo, R$259,50/@, sem o Senar e R$256,00/@, descontado o Senar e o Funrural.
SCOT CONSULTORIA
Boi gordo: preços avançam no centro-norte, diz Safras
Segundo o analista de Safras & Mercado a oferta restrita atinge especialmente os animais que cumprem os requisitos para exportação ao mercado chinês
O mercado físico do boi gordo inicia a semana com continuidade do movimento de alta no centro-norte do país. O movimento nas demais regiões ocorreu de maneira mais cadenciada. No mercado paulista a percepção é que está mais fácil a composição das escalas com boiadas de outras regiões produtoras. A oferta local permanece muito restrita. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, no geral, a oferta de animais terminados permanece restrita em grande parte do país, com uma dificuldade adicional para os animais que cumprem os requisitos para exportação ao mercado chinês. “Estes são muito disputados. As exportações permanecem em ótimo nível durante o mês de setembro, avaliando o grande apetite chinês em 2020”, afirma. Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 254 a arroba, ante R$ 253 a arroba na sexta, 18. Em Uberaba, Minas Gerais, os valores subiram de R$ 250 para R$ 251 a arroba. Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, a cotação chegou em R$ 249/250 a arroba, contra R$ 249 na última sexta-feira. Em Goiânia, Goiás, o preço indicado foi de R$ 242 arroba, inalterado. Já em Cuiabá, no Mato Grosso, o preço ficou em R$ 232 a arroba, ante R$ 231. O mercado atacado inicia a semana com preços acomodados. A tendência aponta para pouco espaço para reajustes, uma vez que este período do mês é tradicionalmente pautado por uma reposição mais lenta entre atacado e varejo. As exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada do Brasil renderam US$ 386,056 milhões em setembro (13 dias úteis), com média diária de US$ 29,696 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 94,369 mil toneladas, com média diária de 7,259 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.090,90. Na comparação com setembro de 2019, houve alta de 6,84% no valor médio diário, ganho de 10,24% na quantidade média diária e queda de 3,08% no preço médio. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior. O Corte traseiro permanece cotado a R$ 18, por quilo. Ponta de agulha ainda é precificada R$ 14,20, por quilo. Corte dianteiro segue precificado a R$ 14,25, por quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
Exportação carnes: preçOs caem nas três primeiras semanas de setembro
O que vem chamando a atenção nas exportações de carnes é o preço médio atingido pelo produto no mercado internacional
O da carne de frango (considerados os 13 primeiros dias úteis de setembro) recuou mais de 16% em relação a setembro de 2019; o da carne bovina é, agora, mais de 3% inferior; e o da carne suína registra aumento que não chega a meio por cento. As carnes bovina e suína neutralizam esse problema através do volume exportado que aumentou 10% e 44%, respectivamente. Assim, as respectivas receitas cambiais devem aumentar quase 45% (carne suína) e perto de 7% (carne bovina). Já o ganho em volume até aqui registrado pela carne de frango (+1,34%) é insuficiente para neutralizar a redução no preço médio. Assim, sua receita cambial tende a refluir mais de 15% se consideradas as médias atuais. Por ora, os embarques de carne de frango somam 210,4 mil/t, os de carne bovina 94,4 mil/t e os de carne suína perto de 50 mil/t, correspondendo – respectivamente – a 59%, 27% e 14% do total. Esses índices, comparativamente ao total exportado em setembro de 2019 representam aumento de participação de 33% e 2% para as carnes suína e bovina e redução de 6% para a carne de frango.
Cepea
Utilização frigorífica em MT cai para 72% em agosto
A utilização da capacidade de produção de frigoríficos de carne bovina em Mato Grosso caiu para 72,13% em agosto, 9,36 pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo mês de 2019, informou o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea)
Na comparação com julho, o uso da capacidade frigorífica no estado caiu 1,63 p.p. “Este movimento foi impactado pelo menor abate de animais no estado, puxado pelas fêmeas: em relação a julho de 2020 foram abatidas 17,34% a menos”, disse o Imea em relatório divulgado em seu website na segunda-feira (21). O Imea disse que a queda no uso da capacidade só não foi maior devido ao aumento no abate de machos no período. O abate de machos entre 12-24 meses aumentou 44,91% no período. “Todo este cenário indica que, mesmo com a maior disponibilidade de bovinos machos, a indústria ainda teve dificuldade de preenchimento de escalas”, disse o Imea. Apesar da queda no total do estado, nas regiões onde a prática de confinamento está concentrada, como a médio-norte, oeste e sudeste, houve aumento no uso da capacidade. Mato Grosso é o maior estado produtor de carne bovina do Brasil. A queda na utilização de capacidade no estado em agosto ocorreu apesar do forte ritmo das exportações de carne bovina brasileiras neste ano. Em agosto, o Brasil exportou 191,1 mil toneladas de carne bovina, um recorde para o mês e alta de 18,7% em relação a agosto de 2019. A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) estima que o volume de exportações brasileiras de carne bovina neste ano suba acima de 12%.
CARNETEC
CHINA PAGA MENOS PELA CARNE BRASILEIRA
No Brasil, cujas exportações para a China representam 41% de toda carne bovina embarcada este ano, o preço médio pago pelo produto apresenta queda em meio ao aumento dos custos no mercado interno
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, em agosto, os chineses pagaram em média US$ 4,16 mil pela tonelada da carne bovina brasileira, queda de 30,3% no acumulado do ano e o menor valor desde fevereiro de 2017. Paralelamente, os custos de produção com recria e engorda no país avançaram 14% no primeiro semestre, segundo cálculo do Cepea. O destaque para esse movimento de redução nos preços médios em dólar, é que o que está acontecendo no Brasil, é o aumento de preço do animal vivo que está sendo repassado para os chineses desde o último mês e já estão ocorrendo aumentos de pedidos de renegociação de preços por parte da China na tentativa de segurar as altas na oferta do Brasil”, explica Wagner Yanaguizawa, analista do Rabobank Brasil. No acumulado do ano, contudo, as exportações brasileiras para a China somam alta de 138,5% em valor e de 145,3% em volume. “Vale lembrar que hoje Argentina e Brasil estão ofertando uma das carnes mais baratas do mundo, então as chances de redução de embarques existem por conta de preços, mas são improváveis”, conclui o analista.
PORTAL DBO
Carne bovina: Volume exportado alcança 94,3 mil toneladas na terceira semana de setembro
A Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (SECEX) divulgou ontem que o volume embarcado alcançou 94,3 mil toneladas de carne bovina até a terceira semana de setembro, sendo que no ano passado o total exportado em todo mês de setembro foi de 138,2 mil toneladas
A média diária embarcada até a terceira semana ficou em 7,2 mil toneladas e teve um aumento de 10,24% se comparado com os dados observados em setembro do ano passado, que registrou uma média exportada de 6,58 mil toneladas. A média diária exportada registrou um recuo de 12,20% frente aos números divulgados na semana anterior, em que a média ficou em 8,2 mil toneladas. O volume teve uma desaceleração notável das exportações de carne bovina na terceira semana de setembro em relação às duas primeiras. A estimativa do volume consolidado no mês que girava ao redor de 170 mil ton caiu para patamares mais próximos de 150 mil t. Os preços médios na terceira semana de setembro ficaram próximos de US$ 4.090,3 mil por tonelada, na qual teve uma queda de 3,08% frente aos dados divulgados em setembro de 2019 que registrou um valor médio de US$ 4.022,8 mil por tonelada. O valor negociado para o produto foi US$ 386,0 milhões na terceira semana de setembro deste ano, tendo em vista que o preço comercializado durante o mês de setembro do ano anterior foi de US$ 583,6 milhões. A média diária ficou em US$ 29,696,7 milhões e registrou um avanço de 6,84%, frente ao observado no mês de setembro do ano passado, que registrou um valor de US$ 27,794,4 milhões.
AGROLINK
ECONOMIA
Dólar fecha em R$5,40 e bate máxima em 3 semanas
O dólar fechou na máxima em três semanas contra o real na segunda-feira, afetado por aguda aversão a risco nos mercados globais em meio a temores de novas restrições econômicas por causa do coronavírus, com incertezas eleitorais nos EUA também aumentando a apreensão dos agentes financeiros
O real já vinha de perda expressiva na sexta, quando o dólar saltou 2,8%, o que conteve o movimento de apreciação desta segunda. O dólar à vista subiu 0,43%, a 5,4000 reais na venda. É o maior patamar desde 31 de agosto (5,4807 reais). O índice do dólar ante uma cesta de divisas fortes saltava 0,65% no fim da tarde, a caminho da maior valorização diária em um mês. O mercado demandou a segurança da moeda dos Estados Unidos em meio a notícias de que o Reino Unido está considerando um segundo lockdown nacional, enquanto Dinamarca, Grécia e Espanha introduziram novas restrições à atividade. O Ministro da Saúde da Alemanha disse que a elevação de novas infecções em países como França, Áustria e Holanda é preocupante. O Citi disse que passou a ficar “mais negativo” em relação a moedas emergentes à medida que se aproxima a eleição norte-americana. O humor geral também foi afetado na sessão por reportagem sobre como vários bancos globais movimentaram grandes somas de fundos supostamente ilícitos ao longo de quase duas décadas. O que preocupa é que fatores externos pegam o mercado de câmbio num momento já delicado devido a desconfianças do lado doméstico, com o turvo cenário fiscal e para reformas levando operadores a alvejar ativos de renda fixa, o que contamina o sentimento para o real e a bolsa. A taxa do contrato de DI para janeiro 2025 disparou 23 pontos-base na máxima do dia, depois de na sexta ter voado 37 pontos-base entre o pico e o fechamento do pregão anterior, indicativo da forte volatilidade no mercado de juros pelo receio sobre as contas públicas. O humor do mercado virou conforme os preços na renda fixa se deterioraram diante de pressão nas negociações com títulos públicos, derivada de dúvidas sobre a capacidade do Tesouro Nacional de refinanciar a dívida pública.
REUTERS
Ibovespa cai 1,32% e volta a níveis de julho
O Ibovespa fechou em queda na segunda-feira, pressionado pela aversão a risco nos mercados globais em razão de preocupações com a chance de novas medidas restritivas diante do aumento de casos de Covid-19, principalmente na Europa.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,32%, a 96.990,72 pontos, menor nível de fechamento desde 3 de julho. No pior momento da sessão chegou a 95.820,34 pontos. O volume financeiro somou 36,5 bilhões de reais, inflado pelo vencimento de contratos de opções sobre ações, que girou 10,47 bilhões de reais, sendo 8,27 bilhões de reais em opções de venda. Nos Estados Unidos, o S&P 500 recuou mais de 1%, refletindo a aflição de agentes financeiros de que eventuais novos ‘lockdowns’ na Europa em razão do crescimento de casos de coronavírus retardem a recuperação da economia norte-americana. A epidemia de Covid-19 no Reino Unido está dobrando de tamanho a cada cerca de sete dias e, se esse ritmo continuar, haverá cerca de 50 mil novos casos por dia em meados de outubro, disse o conselheiro científico-chefe do governo, Patrick Vallance, na segunda-feira. De acordo com profissionais do mercado financeiro, as bolsas vinham em recuperação bastante forte, principalmente em Nova York, mas o noticiário atrelado ao Covid-19, principalmente de vacinas, não trouxe novidades relevantes mais recentemente. Ao mesmo tempo, dados de atividade passaram a mostrar algum arrefecimento da recuperação das economias, em particular nos EUA, onde permanece um impasse no Congresso sobre nova ajuda fiscal e a disputa presidencial começa a esquentar. O clima nos mercados no exterior ainda teve como fator de pressão o escândalo sobre dinheiro sujo envolvendo vários bancos, após documentos vazados mostrarem que essas instituições transferiram mais de 2 trilhões de dólares em recursos suspeitos ao longo de quase duas décadas.
REUTERS
Mercado sobe previsão de inflação para 1,99% e melhora previsão para o PIB
O mercado voltou a elevar a expectativa para a inflação este ano em meio às renovadas preocupações sobre a alta dos preços, ao mesmo tempo em que melhorou mais uma vez a perspectiva para a economia, de acordo com a pesquisa Focus divulgada hoje pelo Banco Central
O levantamento semanal apontou que a expectativa para a alta do IPCA em 2020 agora é de 1,99%, contra 1,94% na semana anterior e meta de 4%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Foi a sexta semana seguida em que houve aumento da projeção. Os Índices Gerais de Preços (IGP) vêm mostrando forte salto dos preços no atacado, o que preocupa o mercado em geral, deixando-o de olho na reação do BC, que divulgará a ata de sua última reunião de política monetária amanhã. Para 2021, a expectativa para a inflação permaneceu em 3,01%. Para o ano que vem o centro da meta oficial é de 3,75%, também com margem de tolerância de 1,5 ponto. Para o PIB (Produto Interno Bruto), os especialistas consultados passaram a projetar encolhimento de 5,05% este ano, de queda de 5,11% na semana anterior. A perspectiva de crescimento de 3,5% em 2021 permanece inalterada. Sobre a política monetária, continua o cenário de Selic a 2% este ano e a 2,5% em 2021. O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, continua vendo a taxa básica de juros a 2% ao final de ambos os anos.
REUTERS
MEIO AMBIENTE
Marfrig implementa sistema para monitorar fornecedor indireto de gado e reduzir desmatamento
A Marfrig colocará em prática a partir de outubro mais uma iniciativa para garantir a sustentabilidade dentro da cadeia produtiva de carne bovina. Desta vez, a ideia é estender o monitoramento ambiental a todas as fazendas pecuárias ligadas direta ou indiretamente ao fornecimento de gado para a companhia
Ao detectar a origem dos animais desde o seu nascimento, a Marfrig tenta evitar, na ponta final, a aquisição de bovinos que tenham passado, em alguma etapa da vida, por áreas de conservação ambiental, desmatadas ilegalmente, embargadas pelo Ibama ou que usem trabalho análogo à escravidão – práticas proibidas por lei. A nova ferramenta está inserida no plano Verde Mais, que foi lançado em julho pela Marfrig, e se chama “Mapa de Mitigação de Riscos”, o diretor de Sustentabilidade e Comunicação Corporativa da Marfrig, Paulo Pianez. “A ferramenta cruza dados e mapas de satélite para que a gente localize áreas mais críticas, onde se concentram tanto as fazendas de cria e recria quanto os fornecedores diretos de gado para a Marfrig”, comenta. “Mapas de risco já existem muitos, mas a grande novidade é justamente localizar a fase mais crítica da pecuária (cria e recria), para que possamos ser mais assertivos e fazer as ações voltadas a esta etapa da cadeia produtiva”, explica Pianez, acrescentando que o compromisso da empresa é “zero desmatamento e transparência”. Desde 2009, a Marfrig já havia adotado um compromisso, junto ao Greenpeace, para monitorar os chamados “fornecedores diretos” de bovinos – aqueles que entregam o boi para abate. O calcanhar-de-aquiles, porém, sobretudo na Amazônia, e não só para a Marfrig, está em rastrear a origem do gado dos “fornecedores indiretos”, ou seja, aqueles que venderam o bezerro ou o boi magro para o “direto” e, caso viessem de áreas irregulares, acabavam “contaminando” a imagem do frigorífico em relação à sustentabilidade ambiental. Há uma multiplicidade de variáveis na cadeia produtiva que dificultam esse monitoramento. Fazendas, por exemplo, que só fazem cria (produzem bezerros), outras que adotam apenas a recria (adquirem o bezerro e o mantêm até ele virar boi magro) e, por fim, as propriedades de “engorda”, que compram o boi magro, engordam e vendem para abate. Ou propriedades que adotam duas etapas, ou as três juntas, fora a circulação de gado entre propriedades, independentemente da idade do animal, em operações corriqueiras de compra e venda. Para “encontrar” todas as fazendas de cria, recria e engorda e seus respectivos riscos – ou seja, se estão ou não em áreas desmatadas ilegalmente, por exemplo – Pianez informa que a Marfrig vai cruzar informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Laboratório de Geoprocessamento da Universidade de Goiás, os dados de imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e também mapas do Mapbiomas. Pianez informa que o trabalho é complexo, já que lida, só na Amazônia, com 16 mil fornecedores diretos – sendo que para cada direto estimam-se 10 indiretos. “Ou seja, temos um universo de cerca de 160 mil pecuaristas, em todas as fases da cadeia, a serem monitorados.” No Cerrado, onde o Mapa de Mitigação de Riscos também será implementado, a Marfrig conta com cerca de 14 mil fornecedores diretos. Os investimentos no novo sistema estão dentro de um aporte maior que vem sendo feito de dez anos para cá na política de garantir o fornecimento de gado fora de áreas desmatadas ilegalmente. “Temos investido nos últimos dez anos R$ 260 milhões em todas as iniciativas nesse sentido”, conta Pianez. “E temos budget para os próximos dez anos de mais R$ 500 milhões, sendo que grande parte disso será empregada nos próximos cinco anos”, continua, e acrescenta: “Só neste ano e no ano que vem, com o Mapa de Mitigação de Riscos e outras políticas dentro do Verde Mais, investiremos em torno de R$ 100 milhões.
Estadão
Grupos pressionam Casino a não comprar carne de áreas desmatadas e griladas
Coalizão de grupos ambientalistas e indígenas indica que poderá buscar compensações na Justiça
Uma coalizão de grupos ambientalistas e indígenas divulgou um documento pressionando o grupo francês Casino a parar de comprar carne bovina oriunda de áreas identificadas recentemente com desmatamento e grilagem de territórios indígenas, e indicou que pode até buscar compensações na Justiça. Em junho, a organização não-governamental francesa Envol Vert publicou uma investigação que identificou quatro fazendas no Brasil envolvidas com desmatamento na Amazônia e no Cerrado que forneceram gado posteriormente abatido e transformado em carne vendida em dez supermercados do Casino no Brasil. As quatro fazendas foram responsáveis pelo desmatamento ilegal de 45 mil hectares, convertidos em pastagens. Áreas localizadas em territórios indígenas também foram desmatadas, segundo a investigação da ONG. A organização também identificou que uma das propriedades, a Fazenda Ellus, em Mato Grosso, forneceu gado em 2018 e 2019 para frigoríficos que depois viraram carne vendida no varejo. Na carta ao Casino, a coalizão de organizações ambientalistas e indígenas afirma que se o grupo francês não excluir essas fazendas de sua cadeia de fornecimento em três meses, entrará com uma ação na Justiça francesa. Os grupos se amparam em uma lei francesa de 2017, que impõe às empresas o dever de vigilância e obriga os grupos a tomar medidas para evitar que situações de violações dos direitos humanos, do meio ambiente e da saúde e segurança das pessoas estejam ligadas a suas operações ou a sua cadeia de fornecimento. A coalizão é formada por Organização Nacional de los Pueblos Indígenas da Amazônia Colombiana (Opiac), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa), Federação dos Povos Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), Comissão Pastoral da Terra (CPT), às organizações Mighty Earth, Envol Vert, Notre Affaire à Tous, Sherpa e ao escritório Seattle Advogados. Procurado, o GPA, controlado pelo grupo francês Casino, afirmou que desde 2019 exige que os frigoríficos tenham sistemas de geomonitoramento para identificar a situação dos pecuaristas e que fornecedores que não se adequaram foram bloqueados. O GPA não detalhou se as quatro fazendas de pecuária identificadas com desmatamento ilegal e grilagem de terras indígenas foram excluídas de sua cadeia de fornecimento.
VALOR ECONÔMICO
INTERNACIONAL
China paga menos pela carne bovina e Argentina aumenta embarques para os EUA
Exportações para os EUA cresceram mais de 900% desde maio enquanto preço médio pago pela China caiu 17,4%
A China é o principal destino das exportações de carne da Argentina, tendo registrado forte alta nos últimos dois anos, após a crise deflagrada pela Peste Suína Africana na Ásia. No acumulado deste ano, o país foi destino de 75% das exportações argentinas de carne bovina e, desde a pandemia de Covid-19, tem buscado pressionar o preço pago pelo produto, numa tentativa de conter a alta no preço dos alimentos em seu mercado interno. “Devido à forte desvalorização da moeda local frente ao dólar, houve pressões de preço pois, além dos chineses saberem da desvalorização do Peso Argentino, se colocar na ponta do lápis, a remuneração está sendo superior com relação ao ano anterior”, explica Wagner Yanaguizawa, analista do Rabobank Brasil. Segundo dados da Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da República Argentina (Ciccra), o preço médio pago pelos importadores chineses pela carne bovina argentina em julho foi de US$ 3.948 por tonelada, valor 11,6% abaixo da média registrada nos sete primeiros meses do ano passado e queda de 17,4% ante o observado entre fevereiro e maio deste ano. “Cabe destacar que de fevereiro a maio de 2020 o preço médio havia se estabilizado em US$ 4 mil por tonelada (logo depois de ter chegado a uma máxima de quase US$ 5 mil por toneladas no final de 2019), para logo baixar a US$ 3.673 por tonelada em junho e ficar em US$ 3.337 em julho”, aponta a Ciccra em seu relatório mensal. No mesmo período, por outro lado, os EUA pagaram preços médios de US$ 5 mil a tonelada pela carne argentina em maio, caindo para R$ 4,6 mil em julho – valor 37,8% acima do praticado nas transações com a China. “A mudança de tendência do preço médio pago pela China levou a indústria frigorífica argentina a reorientar suas vendas de cortes bovinos para os EUA”, reconhece a Ciccra. Se em maio os embarques da Argentina para o mercado americano somavam 559 toneladas, em julho chegaram a 5,7 mil toneladas, aumento de 917,7%.
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